Você já ouviu falar em disruptores endócrinos? Esse é um assunto pouco conhecido no Brasil, mas de importância toxicológica relevante para a saúde. Continue lendo e descubra tudo sobre o assunto.
Quando a bióloga marinha e ecologista norte-americana Rachel Louise Carson, publicou o livro Primavera Silenciosa em 1962, poucas pessoas tinham consciência dos riscos oferecidos por pesticidas organoclorados. Tais produtos eram vistos como uma garantia de alta produção das safras de alimentos, livres das pragas que atormentavam os agricultores (CARSON, 1962).
Passados muitos anos, em meados da década de 70, descobriu-se não só que os pesticidas não garantiam a eliminação das pragas, por criar resistência naquelas (que voltavam todo ano em maior quantidade, tendo o agricultor que aumentar o volume de pesticida aplicado), como também que a contaminação ambiental do solo e das águas de abastecimento das cidades, estava contaminada de forma assustadora. O que parecia um milagre transformou-se em veneno.
A partir da obra de Carson, os governos de diversos países foram adotando medidas restritivas ao uso de pesticidas organoclorados, proibindo o uso e fabricação, face aos riscos de contaminação do ambiente. Entretanto, alguns países demoraram para se organizar e adotar medidas restritivas a estes produtos. Em 1989, por exemplo, o Brasil ainda fazia uso de pesticidas à base de Carbaryl.
Durante décadas o ar, o solo e as águas receberam toneladas de metais pesados e resíduos industriais perigosos.
Mas, como isso está ligado ao Sistema Endócrino?
Dentre os diversos sistemas que compõem o corpo humano, o sistema endócrino tem vital importância.
Cada órgão que compõe este sistema apresenta uma característica fundamental, que é segregar um certo tipo de hormônio e cada hormônio tem suas funções, que são principalmente de um efeito regulador em outros órgãos, que estão à distância.
É inegável que o sistema endócrino mantém estreita relação com outros órgãos que não constituem o seu sistema em si. Um exemplo claro é o fígado, que não faz parte do sistema endócrino, e sim do sistema digestivo, mas que atua em conjunto, na medida em que mantém o equilíbrio hormonal por meio da decomposição do estrógeno e de outros hormônios esteróides, a fim de permitir sua excreção (COLBORN et al, 2002). O cádmio, um reconhecido disruptor endócrino, acumula-se no rim, que não faz parte do sistema endócrino, mas que recebe hormônios para seu bom funcionamento (TEVES, 2001).
DISRUPTORES ENDÓCRINOS
Disruptores endócrinos são agentes e substâncias químicas que promovem alterações no sistema endócrino humano e nos hormônios.
No Brasil se usam várias terminologias, como desreguladores endócrinos e interferentes endócrinos.
Muitas destas substâncias são persistentes no meio ambiente, acumulam-se no solo e no sedimento de rios, são facilmente transportadas a longas distâncias pela atmosfera de suas fontes. Acumulam-se ao longo da cadeia alimentar, representando um sério risco à saúde daqueles que se encontram no topo da cadeia, ou seja, os humanos.
A crescente demanda por produtos de beleza “green” abriu uma discussão no mercado: Como evitar o uso de disruptores endócrinos em cosméticos?
Ao longo dos anos, pesquisas têm mostrado que substâncias presentes em alguns produtos, como triclosan, oxibenzona e ftalatos, interferem no organismo humano e de animais, mesmo em baixas dosagens.
É impossível determinar uma dose mínima segura dessas substâncias e o melhor que fazemos para a nossa saúde e longevidade é conhecer tais componentes e evitar o uso contínuo dessas substâncias.
QUAL É A FUNÇÃO DOS DISRUPTORES ENDÓCRINOS NOS COSMÉTICOS?
Conhecidos como DE, estas substâncias são utilizadas como aditivos conservantes, corantes e estabilizadores, entre outras necessidades da fórmula, que atuam no organismo humano por meio da imitação dos hormônios naturais (como o estrogênio). Dessa forma, ocorre um bloqueio da ação hormonal natural e uma alteração dos níveis de hormônios endógenos.
A Endocrine Society os define como: "substância química exógena (não-natural), ou mistura de substâncias químicas, que interferem em qualquer aspecto da ação hormonal."
Os desreguladores endócrinos constituem um problema global e estão presentes em praticamente todos os ambientes.
Entramos em contato com os disruptores endócrinos, por diversas maneiras:
pela pele, através de produtos de cuidado pessoal;
pela aplicação de filtro solar e cosméticos,
ou mesmo por inalação de produtos que transferem metais pesados para o corpo humano.
A boa notícia é que existem muitas substâncias similares na natureza, como os fitoestrógenos presentes na soja!
Os artificiais supõem um perigo muito maior que os compostos naturais, já que tendem a ser mais ‘fortes’ e, assim, persistem no corpo durante anos, enquanto os estrógenos naturais podem ser eliminados em poucos dias.
QUAIS SÃO OS DISRUPTORES ENDÓCRINOS
É de nossa responsabilidade observar cuidadosamente os produtos que consumimos. Veja exemplos de disruptores endócrinos na lista abaixo:
Formaldeído
Hidroquinona
Metilisotiazolinona e metilcloroisotiazolinona
Oxibenzona
Parabenos, propil, isopropil, butil e isobutilparabenos
Compostos de PEG / ceteareth / polietileno
Derivados de petróleo
Ftalatos
Resorcinol
Palmitato de retinil e retinol
Tolueno
Triclosan e triclocarban
Agora que você já sabe um pouco mais sobre os vilões, chamados Disruptores Endócrinos (DE) e o quanto prejudicam a sua saúde, te convido a ser um consumidor consciente e responsável. Fique de olho nos rótulos!
Escolha produtos com alta eficiência, multifuncionalidade e naturais como a Espuma Micelar da Ne’st Beauty, uma marca comprometida com o bem-estar do ser humano e a preservação do planeta.
Cosméticos veganos e cruelty free que te proporcionarão uma experiência diferente!
Equilíbrio é, e sempre será a chave para a saúde!!
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