mitos e verdades sobre os efeitos da cafeína no corpo humano.
A cafeína é um alcalóide presente em diferentes espécies de plantas, como o café, o cacau e o guaraná. Trata-se de uma substância muito consumida em todo o mundo, tanto na nossa dieta quanto em medicações. Ela atua como estimulante do sistema nervoso central, provocando efeitos como o aumento da temperatura corporal e do estado de alerta, redução da sensação de fadiga e aumento da capacidade de realização de algumas tarefas.
A cafeína, proveniente de fontes naturais, tem sido consumida e apreciada desde tempos ancestrais, muito provavelmente desde o paleolítico. Relatos confiáveis referem que a mesma é consumida há vários milênios, especialmente, pelos chineses, desde o século III a.C. De acordo com uma lenda popular Chinesa, o imperador Shennong descobriu acidentalmente que folhas caídas ao acaso em potes de água fervente davam origem a uma bebida perfumada e revigorante – o chá, sendo esta a bebida mais antiga que contém cafeína.
Naturalmente que a história do uso da cafeína está fortemente ligada à história do café, principal fonte natural de cafeína. Acredita-se que o café, tal como se conhece nos dias de hoje, seja originário da Etiópia tendo-se difundido na península arábica e daí para o resto do mundo.
Onde a cafeína é encontrada?
A cafeína é encontrada na natureza em mais de 60 espécies de plantas. O café é, sem dúvida, a fonte natural mais conhecida de cafeína. Entretanto, ela é também encontrada, dentre outras fontes:
no cacau;
no guaraná;
nas folhas de chá;
nas nozes de cola.
Entre produtos industrializados, a cafeína está presente em:
refrigerantes;
chocolates;
achocolatados;
bebidas energéticas.
Na farmacologia, a cafeína está presente em diferentes medicamentos, como diuréticos e analgésicos, estes últimos usados no tratamento de dor de cabeça. A cafeína também é encontrada em produtos destinados à perda de peso e suplementos.
Cafeína é uma droga?
A cafeína é uma substância que atua como estimulante do sistema nervoso central. Por se tratar de uma substância que modifica o funcionamento de nosso corpo, podemos afirmar que ela é um exemplo de droga. Como a cafeína pode ser produzida e comercializada em nosso país, ela é considerada uma droga lícita.
dores de cabeça;
cansaço;
fadiga;
alterações no humor;
dificuldade de concentração;
desmotivação;
náuseas;
vômitos.
Efeitos da cafeína no organismo
A cafeína é uma substância que atua como estimulante do sistema nervoso central. A principal explicação para esse efeito está no fato de que ela bloqueia a ação da adenosina. Adenosina e cafeína apresentam moléculas estruturalmente parecidas, o que permite que a cafeína se ligue aos receptores da adenosina e os bloqueie.
A adenosina possui efeito calmante, e seu bloqueio pela cafeína promove ação estimulante. Dizemos, portanto, que a cafeína apresenta uma atividade contrária sobre os receptores de adenosina.
Por estimular o sistema nervoso central, o consumo de cafeína nos dá uma sensação de despertar, sendo esse o motivo pelo qual é recomendado para combater o cansaço físico e mental. Além disso, o consumo de cafeína:
melhora a performance cognitiva;
aumenta a concentração;
favorece a realização de tarefas simples;
Dá mais energia.
Em doses elevadas, no entanto, a cafeína pode levar ao desenvolvimento de sintomas desagradáveis, tais como:
inquietação;
aumento da temperatura corporal:
tremores;
insônia;
nervosismo;
taquicardia.
Sem dúvida o café é a forma mais consumida de cafeína no mundo, entretanto, é importante ficar atento à quantidade ingerida. Embora a cafeína seja uma droga que pode matar se for consumida em excesso (em um indivíduo adulto com massa de 70 kg, a administração de 10 gramas de cafeína pode ser letal), vale destacar que não há motivo para medo em relação, por exemplo, ao consumo de café. A bebida, apesar de conter muita cafeína, possui, em uma xícara, entre 80 a 180 mg da substância, variando de acordo com a forma de preparo. Isso significa que para uma intoxicação letal seriam necessárias cerca de 100 xícaras de café.
Cafeína x menopausa
Quando o assunto é menopausa, especialistas advertem para a necessidade de mudanças na dieta e no estilo de vida, pois ajudam a controlar muitos sintomas.
O consumo exagerado de café para mulheres na menopausa, pode ser prejudicial. Isso porque o café promove a dilatação dos vasos sanguíneos, piorando os sintomas nesta fase da vida da mulher. Além disso, a cafeína presente na bebida interfere na atuação da adenosina – hormônio calmante que ajuda a reduzir o stress.
Na menopausa, os sintomas mais comuns são ondas de calor, secura vaginal, distúrbios do sono e dores nas articulações. Devido à combinação de manifestações, algumas mulheres ainda desenvolvem ansiedade ou depressão e como já vimos, a cafeína é um acelerador destes sintomas indesejáveis.
Se você quiser evitar alguns dos efeitos colaterais indesejados de bebidas com cafeína (por exemplo, nervosismo, aumento da temperatura do corpo ou insônia), controlar a quantidade ingerida ou mudar para bebidas descafeinadas pode ajudar.
Cafeína x atividades físicas
Um estudo publicado no “The FASEB Journal” indica que a cafeína não está necessariamente ligada à síntese de proteínas pós-exercício. Ou seja, não quer dizer que ela te ajude a ganhar massa magra. Entretanto, ela faz aumentar a atividade muscular durante exercícios de intensa força e ajuda a queimar mais calorias.
A molécula em questão estimula o metabolismo a trabalhar melhor e faz com que a queima de gorduras seja até 13% mais eficaz, de acordo com estudo publicado na Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA. Ajuda também a reduzir em cerca de 50% as dores musculares pós-exercício.
A cafeína faz com que o corpo realmente utilize gordura para geração de energia, poupando a glicose reserva dos músculos e fazendo com que demore mais para chegarmos a exaustão, além de aumentar a tolerância à fadiga, fato que vale especialmente para exercícios de resistência.
Na Universidade de Kawasak se descobriu que a cafeína também ajuda a impedir o acúmulo de gordura nas células, provavelmente graças às suas enzimas e aos genes responsáveis pela síntese lipídica.
No mercado se vê produtos com cafeína o tempo todo, mas a melhor maneira (a mais eficaz) de obter seus benefícios é por meio de produtos “naturais”, como o café, erva mate e chá preto.
Devido a reações químicas comandadas pelo sistema nervoso simpático, a cafeína provoca termogênese (aumento de temperatura interna), que colabora para a queima de gorduras corporais.
Ou seja, a cafeína por si só não é emagrecedora, mas ainda faz o corpo demandar por mais nutrientes e colabora ativamente no desempenho atlético, ganho de força e resistência.
Não é uma substância mágica para perder peso, a ideia é mesmo usá-la como estimulante para praticar mais exercícios, tomando sempre cuidado com os excessos.
Equilíbrio é, e sempre será a chave para a saúde!!
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